UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - UNIFEI
CAMPUS ITABIRA
O Campus da UNIFEI em Itabira se baseia na mesma filosofia que já caracteriza a Universidade: instituição de referência tecnológica e acadêmica. Seu projeto reflete a ideia de sustentabilidade defendida e ensinada pela instituição: valorização dos bens e dos produtos da terra e das qualidades espaciais do lugar como a topografia, as árvores, a paisagem existente, as nascentes, os lagos. As propostas e intervenções procuram convidar o frequentador a atuar e participar da preservação em todos os seus aspectos, além de tornar cada espaço em local de aprendizagem.
O que se pretende é criar um campus universitário de qualidade excepcional em termos de infraestrutura, integração com a natureza e relacionamento social. Nesse local, os equipamentos são os instrumentos de socialização e da vida comunitária, conferindo identidade ao lugar e potencializando a apropriação dos espaços. Os pátios de convivência, por exemplo, estimulam não só os encontros, como possibilitam a visualização de todo o conjunto.
A implantação dos edifícios buscará a possibilidade de melhor insolação, melhor posição em relação ao vento e em relação às curvas de nível, garantindo a locação de um sistema que ocasionará o mínimo de movimento de terra sobre o terreno natural. Nas áreas que não serão edificadas, os espaços de encosta natural serão mantidos como áreas de preservação. O lago ganhará destaque dentro do complexo, reiterando sua importância no ambiente da instituição.
A partir do uso e da contemplação das espacialidades e da paisagem, inicia-se um pacto de corresponsabilidade. O verdadeiro guardião dos patrimônios ambiental, cultural e urbano se torna aquele que, na relação espontânea com os espaços, constrói seu pertencimento e transfere para os mesmos suas expectativas de vida coletiva pública.
Equipamentos para a promoção da cultura e lazer e de integração com a natureza serão criados ao longo do terreno. Trilhas educacionais, teatro, biblioteca, restaurantes e centro esportivo permitem a utilização do complexo, não só pelos alunos como também pela comunidade local.
A utilização do transporte público será estimulada através da criação de um terminal intermodal que marca a restrição de acesso de veículos particulares ao interior do campus e oferece transportes alternativos. A instalação de vias exclusivas para pedestres e bicicletas incentivará, por sua vez, a mobilidade sustentável. Serão criados, assim, inúmeros espaços de baixa velocidade, propícios para a fruição e contemplação.
Os grandes atrativos públicos são localizados em pontos distintos, possibilitando seu uso simultâneo para a realização de diferentes eventos. As duas portarias permitem, não só um maior controle de acesso, como também a utilização do complexo sem a obrigatoriedade de percorrer todo o campus, aliviando a infraestrutura do local.
EDIFÍCIOS DE APRENDIZAGEM
Nos edifícios das escolas, o espaço formal é substituído pela informalidade. Os prédios perderam seus limites severos, para atender ao sistema Pedagógico PBL (Aprendizado Baseado em Problemas) implantado na Universidade.
Como partido arquitetônico, utilizou-se a proporção áurea como forma de, a um só tempo, dar unidade e harmonia ao edifício e suas partes. A implantação organizada de forma a criar um centro de convergência, reforça, por sua vez, a ideia de um espaço de encontros.
O pátio interno coberto, o pátio descoberto ligando as unidades e a ligação com o edifício Plataforma Cultural, explicitam as diferentes escalas de integração do complexo. Além disso, a volumetria da edificação permite que o vento a atravesse. A modulação dos prédios possibilita um controle de custos e facilita futura ampliação com a construção de novos blocos.
PLATAFORMA CULTURAL
Desenvolvido como um complexo de lazer e cultura, a Plataforma Cultural é constituída por um teatro, uma biblioteca, espaços de convivência e serviços e pela administração da Universidade. Pensado de forma a se tornar um marco no campus, o edifício foi localizado em uma área central, visível a partir de qualquer ponto do terreno.
Os diferentes usos do edifício são separados por vazios ajardinados que permitem iluminação e ventilação naturais. A existência de múltiplos espaços de convivência possibilita o encontro entre os diversos usuários.
CENTRO ESPORTIVO
Composto por um ginásio coberto, por um centro aquático e por quadras descobertas, o centro esportivo localiza-se próximo a uma das portarias do campus, facilitando seu acesso.
Pensado para permitir a realização de grandes eventos esportivos, o complexo possui vestiários, sala de imprensa, atendimento médico e estar para atletas. Além disso, a existência de uma academia com salas de musculação, exercícios e salas de aula permite a utilização periódica do edifício pelos alunos.
PARQUE TECNOLÓGICO
Posicionado próximo ao prédio existente que foi construído para esse uso, o parque tecnológico abrigará incubadoras de empresas para promover o contato de alunos e pesquisadores com o mercado.
A facilidade de acesso é permitida pela existência de um estacionamento adjacente ao edifício. O parque é disposto em três blocos, permitindo, assim sua execução em etapas e consequentemente viabilizando sua construção.
PREFEITURA DO CAMPUS
A prefeitura do campus caracteriza-se por ser um edifício de suporte ao funcionamento da Universidade. Localizado junto a um dos acessos, ela funciona como um centro de logística e distribuição de insumos e equipamentos, reduzindo, assim o tráfego de veículos pesados no interior do complexo. Concentra, ainda, os serviços de manutenção predial.
Arquitetura
Gustavo Penna, Norberto Bambozzi, Laura Penna, Priscila Dias de Araújo, Marcus Flávio Martins, Alyne Ferreira, Catarina Hermanny, Natália Ponciano, Alice Leite Flores, Ana Isabel de Sá, Hiromi Sassaki, Naiara Costa, Henrique Neves, Fernanda Tolentino, Carolina Castro
Gestão e Planejamento
Rísia Botrel, Isabela Tolentino
Local
Itabira– Minas Gerais – Brasil
Dados Técnicos
Ano do projeto: 2011/2012
Área construída: aproximadamente 95.000m²
Imagens
Casa Digital