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Museu Regina Mundi
MUSEU DE REGINA MUNDI

Mãe de Deus, Mãe Terra,

Na Aura está o símbolo da sua pura presença.

Transcendente. Santa.

O Alto da Serra da Piedade acolhe a expressão

magnífica de sua imagem, a se estender como vasto manto natural.

Aquele anel branco, feito do ferro da Serra, sinaliza e soleniza a devoção.

Lugar que se vê de muito longe, de muito alto, para pensar em amor e generosidade.

Gustavo Penna

 

Um espaço de devoção dedicado à Maria, mãe de Jesus. Sua localização, abençoada pela natureza, permite o coroamento da Serra da Piedade juntamente ao Santuário Nossa Senhora da Piedade. Assim, dois espaços sagrados passam a residir o topo da Serra, um a leste, outro a oeste.

A estratégia é evidenciar a geologia definidora deste lugar. As antigas edificações militares são demolidas e a limpeza renovada deste terreno é mantida por edificações que se encaixam imperceptivelmente na montanha. As lajes amoldam-se, transformando-se em taludes, como um manto que recebe cobertura vegetal da região. A escavação é mínima, somente para nivelamento geral do terreno e ancoragem do edifício à topografia existente. Os limites desses edifícios são dissolvidos por meio de uma geometria que remete às angulações das rochas locais e por meio de taludes suaves associados à vegetação de campos de altitude. A percepção é de um edifício invisível, misteriosamente incrustado nas rochas.

Ao mesmo tempo, o tema a ser reverenciado merece um símbolo visível, equivalente ao que ele representa. Trabalhando no campo da metáfora, escolhemos a representação inconteste do divino: a Aura de pureza. Um anel metálico de 20m de diâmetro passa a pousar sobre a montanha de ferro, transformando-a em véu e manto de Maria. Simbolicamente, a maternidade divina liga-se à mãe natureza, ao mundo natural, humano.

Este elemento circular é uma moldura sobre a paisagem, direcionando o olhar do visitante ao céu e às cidades em volta. O percurso que parte desde o Santuário, ao chegar à recepção do museu, vê esta áurea à distância. Ao aproximar-se, encontra ao seu redor um espaço intocável, protegido, remetendo ao sagrado e convidando à reflexão. O transeunte é conduzido até um silêncio e ali mergulha no interior do museu, através de um átrio circular aonde rampa e escada conduzem aos espaços expositivos.

Ao tocar o nível térreo, o visitante é conduzido para o percurso expositivo, onde imerge na história de Maria e suas manifestações ao redor do mundo.

Após este percurso o visitante se depara com um grande espaço aberto, localizado a leste. É como se passasse por um processo de nascimento, após o mergulho na caverna expositiva.

Descortina-se então uma praça elíptica aberta, abraçada pelo manto gramado sobre a qual se eleva o anel metálico que representa a aura. Este é ao mesmo tempo espaço gregário e espaço de silêncio e contemplação. Oferece um mirante limpo e pode acolher desde uma missa campal até apresentações musicais.

A capela é um recôndito sagrado, localizado em um local mais reservado. Assim como a gruta de um eremita, ela é um espaço de contemplação aberto à natureza, à atuação do tempo e das intempéries. É uma varanda coberta em vidro com proteção UV, um cristal entre as pedras, um espaço de culto cujos bancos parecem brotar do piso de lajotas em pedra.

Após passar pelos espaços, o visitante prossegue sua visita, sendo conduzido até a área do café e da loja.
Dali ele é conduzido para um último olhar através da aura e tem então sua visita completada.

Arquitetura

Gustavo Penna, Laura Penna, Norberto Bambozzi, Ada Penna, Alice Flores, Bárbara Novais, Carolina Castro, Eduardo Magalhães, Fernanda Tolentino, Gabriel de Souza, Gabriel Moura, Henrique Neves, Hugo Leite, Ivan Rimsa, Júlia Salgado, Naiara Costa, Oded Stahl, Patrícia Gonçalves, Paula Sallum, Raquel de Resende, Raquel Moura

Gestão e Planejamento

Risia Botrel, Isabela Tolentino e Taimara Araújo

Local

Caeté – Minas Gerais – Brasil

 

Dados Técnicos
Ano do projeto: 2015

Área construída: 4.787m²


Imagens

Casa Digital

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